MINAS - MAR - AMAR
«escrito nas ondas
a palavra encanto»
cda
1.
minas desdobrou-se
no minério serronte(traduzir: serra/
monte) e nas matas de el-rei.
drummond carlos de andrade todo ferro
de itabira (por uma rua que dá no
mundo).
morros saem cantando torto - catando
mineiro pau
maneiro pau
mineiro cobre/descobre mistérios
da língua e da vida
íntima das almas e corpos presentes
um por um.
as intenções secretas/concretas
não são acontecimentos, nem surpresas:
- são pedras.
e no meio do mar-oceano
mistérios navegam (mais que minas)
outras pedras tropeços caminhos.
e a saudade que tem todo mineiro
descoberto.
2.
saudade daquele mar, nada.
como? o outro não sai andando.
se não ter é não contar
o gozo do inexistente é ir contando.
meus versos são pelo amigo durão
drummond de andrade
cantor primeiro do seu mar de ferro
itabirano interior
mar
e de tudo mais que flui
imponderável.
de minas-brasil
saudade é uma coisa que não passa
cansa
e toma a forma de uma concha
como a água.
e a saudade cda não anda de trem
que não vem.
ironia viva
não história nem memória
anjo-flor-do-céu, cai-balão
na dor danada de multidão sem hora
- espera
de pensamento sem relógio
ou grito gauche fora.
3.
poeta: minas formosa, montanhas
que me trouxeste?
montanhas:
remando remando lavramos
levamos
alphonsus guimaraes a
guarapari
emílio moura a perguntar
guimarães rosa ao ser/tão/mar.
todos os campos, não.
remando com bons olhos, alto
pensar
poeta: remando remando
neste mar de serras
neste mar de astúcias
neste mar de música
neste mar de chamas
vamos chegar vamos chegar
montanhas:
não esqueceremos o queijo-minas
cheiro de minas.
para cda o mar carioca
mais o bonde mais a esperança
(com o sentimento do mundo
em duas mãos maduras).
bem no fundo do fundo
mar, amar
ipanemando
brasileirando, carlos
minas, eis teu mar.
minas desdobrou-se
no minério serronte(traduzir: serra/
monte) e nas matas de el-rei.
drummond carlos de andrade todo ferro
de itabira (por uma rua que dá no
mundo).
morros saem cantando torto - catando
mineiro pau
maneiro pau
mineiro cobre/descobre mistérios
da língua e da vida
íntima das almas e corpos presentes
um por um.
as intenções secretas/concretas
não são acontecimentos, nem surpresas:
- são pedras.
e no meio do mar-oceano
mistérios navegam (mais que minas)
outras pedras tropeços caminhos.
e a saudade que tem todo mineiro
descoberto.
2.
saudade daquele mar, nada.
como? o outro não sai andando.
se não ter é não contar
o gozo do inexistente é ir contando.
meus versos são pelo amigo durão
drummond de andrade
cantor primeiro do seu mar de ferro
itabirano interior
mar
e de tudo mais que flui
imponderável.
de minas-brasil
saudade é uma coisa que não passa
cansa
e toma a forma de uma concha
como a água.
e a saudade cda não anda de trem
que não vem.
ironia viva
não história nem memória
anjo-flor-do-céu, cai-balão
na dor danada de multidão sem hora
- espera
de pensamento sem relógio
ou grito gauche fora.
3.
poeta: minas formosa, montanhas
que me trouxeste?
montanhas:
remando remando lavramos
levamos
alphonsus guimaraes a
guarapari
emílio moura a perguntar
guimarães rosa ao ser/tão/mar.
todos os campos, não.
remando com bons olhos, alto
pensar
poeta: remando remando
neste mar de serras
neste mar de astúcias
neste mar de música
neste mar de chamas
vamos chegar vamos chegar
montanhas:
não esqueceremos o queijo-minas
cheiro de minas.
para cda o mar carioca
mais o bonde mais a esperança
(com o sentimento do mundo
em duas mãos maduras).
bem no fundo do fundo
mar, amar
ipanemando
brasileirando, carlos
minas, eis teu mar.
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*Fancisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, fez esse poema e publicou na revista "Cirandinha"8, no ano de 1982.
Minas Gerais, quem te conhece não esquece jamais... Lindo poema, maravilhosa homenagem à Minas e a esse nosso grande poeta Carlos Drummond de Andrade.Adorei Chico. Grata sempre pela visita poeta. Abraços
ResponderExcluirBoa tarde,poeta!
ResponderExcluirEstou muito feliz em conhecer teu trabalho.
É uma honra para mim te ler.
Abrço fraterno
vera portella