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terça-feira, 10 de abril de 2012

DOIS POEMAS - DOIS POETAS (BRASIL/PORTUGAL)


IMPROVISO
Eugênio de Andrade (80 anos)

Uma rosa depois da neve.
Não sei que fazer
de uma rosa no inverno.
Se não for para arder,
ser rosa no inverno de que serve?

            Foz do Douro, Portugal,
                                 5/10/99




UMA ROSA
Francisco Miguel de Moura
(Um quase improviso para Eugênio de Andrade)

A rosa é simples.
A beleza é simples
num poeta forte.
O inverno é mais.
Uma rosa no inverno,
desolada,
em companhia de quem
não escreve,
serve?

Vai morrer de mágoa!
                  

Teresina, Piauí, Brasil,
                          19/6/2000

*******************
Mini-Biografias: 
Eugênio de Andrade, poeta português, morava em Portugal, onde faleceu em    Publicou cerca de 30 livros só de poemas e era considerado pela crítica e pelos leitores um dos maiores poetas até então vivos, de Portugal.

Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, nasceu no Piauí e mora em Teresina, naquele Estado, onde produz poesia, contos, crônicas, romances e crítica literária.Nesses gêneros já publicou até agora 32 livros. Membro da IWA-Iternational Writers anda Artists Association, com sede em Toledo,Ohio,Estados Unidos.

4 comentários:

  1. Uma rosa é...que poema, que dedicatória, que estar em grande poesia.

    Um abraço e bom dia meu amigo.

    Carmen

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  2. É uma honra tão ilustre autor, como o senhor, visitar meu blog. Fique à vontade sempre que quiser. O blog foi feito para compartilhar um pedaço do meu "eu" e do que acredito, penso, deixo de pensar, filosofo e até quando satirizo.
    Grande abraço,
    Sandra Vargas Polastre
    www.brasilamoreterno.blogspot.com

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  3. Sempre que puder, farei, Sandra. Nós estamos todos no mesmo barco nos comunicando. Nao goso muito do Face, porque lá é mais lugar de fofoca e beijinhos, beijinhos, tchau! tchau!

    Um poema para você:

    DO VÁRIO SENTIR


    Francisco Miguel de Moura


    Ouvir sem olhos abertos,
    saber da pele sem mão,
    achar a língua sem dente,
    ver pelo espelho da mente
    onde a fé nunca se extingue.

    Viver carícias passadas,
    gozos santos, gostos mil...

    Castigos na noite calma
    não haverá, pois a palma
    do sentimento sorri.

    Nas distâncias e no perto
    a luz ajunta e separa.
    Claro do claro inda é cor,
    No escuro da vida vária

    Ah! se as idéias e idades
    fossem nossas, de verdade,
    e unidas no tom da vida!
    Carne, sangue e sanidade
    Comeram as saudades
    Enterrariam partidas.

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