quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

AMOR, SEMPRE AMOR (1) e (2)


1
Eras tu a mais linda da cidade.
E eu cheguei, um matuto impertinente,
apelidado até de inteligente
por colegas, amigos na verdade.

Teus sorrisos me enchiam de vaidade
e àqueles que te tinham de inocente,
e a mim me enfeitiçaram de repente,
como ninguém calcula. Ninguém há de

saber o que lutei para ganhar-te,
para querer-me ali, e em qualquer parte,
e, enfim, nos enlaçarmos com ardor.

Fogo em que conservamos, te asseguro,
a minha felicidade e o teu futuro
para viver tão puro e santo amor.



2
Mudam-se tempos, vidas e pesares,
mas, como outrora, a amar continuaremos.
Amo-te mais, não queiras nem saber,
amas-me mais, agora é como sempre.

Se outrora caminhamos de mãos dadas,
era o medo do mundo e suas garras.
Já hoje nos soltamos pra andar juntos,
pra mais amar, que o nosso amor se aclara.

Teu corpo de menina e de mulher
que tanto outrora já me deu ciúmes,
hoje é prazer e graça como nunca.

Sendo eu feio, invulgar, e tu, tão bela,
formamos lindo par por toda a vida
e abraçaremos outras se inda houver.
___________________
Francisco Miguel de Moura (Chico Miguel) é poeta e ficionista, autor dos dois sonetos aqui postados, em homenagem a sua união com Mécia, há de 59 anos.

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