Francisco Miguel de Moura*
Urgência é o que deve ser realizado imediatamente, sob pena de prejuízos irrecuperáveis. Já houve tanta coisa urgente, no mundo! No Brasil mais ainda, sem que nenhum procedimento novo tenha acontecido.
Ainda haverá remédio? Observador isento de paixões, proponho uma ação que tome o rumo correto. Por que até agora não criaram uma bolsa trabalho?
Isto, trocando em miúdos, seria arranjar trabalho para todos os pais de família, dispensando assim as demais bolsas (escola, família, etc.). E como conseguir emprego para os pais de filhos que hoje recebem bolsa escola e/ou bolsa família? Oportunizando trabalho para todos os cidadãos, de acordo com suas habilidades. Aqueles que nada soubessem fazer teriam, aí sim, uma bolsa de aprendiz, numa escola de preparação para o trabalho.
Neste sentido é que apregôo que os pais brasileiros hoje estão muito necessitados de escola. É o atraso do ensino e da educação, cujo prejuízo infernizará os brasileiros por muito tempo, senão séculos.
Aquecendo o ensino profissional, juntando isto ao dinheiro com que os governos estão a “socorrer” bancos, aposto que daria certo. Os bancos que se virassem. Eles não fazem nada mesmo. Apenas tomam emprestado – os depósitos e aplicações a juros reduzidos e emprestam a juros escorchantes. Construir estradas de rodagem, de ferro, metrôs, pontes, conjuntos residenciais é necessário. No interior, principalmente do Nordeste, açudes e poços que seriam usados racionalmente. Daria o pão a muita gente – serviços que muito bem podem ser terceirizados e o comércio, a indústria, a agropecuária muito ganhariam.
Providências têm que ser tomadas imediatamente, sem propaganda eleitoreira, com continuidade anos a fio. A esses investimentos seria imprescindível juntar o das áreas de saúde e segurança. Sei que algumas empresas e entidades, em alguns Estados, já se adiantaram criando instrumentos para início do que seria o "bolsa-trabalho" aqui proposto, com abrangência nacional, os quais não invalidam a minha proposta. Ao contrário, fortalecem.
Lembram, leitores? Eu perguntei, no início, por que ninguém pensou nisto ainda (a pergunta é para os políticos e estadistas). E respondo: Muitos pensaram e sabem o que é correto. Mas ninguém tem coragem de enfrentar a crítica das forças que dominam o mundo – da social democracia ao capitalismo selvagem – para dar melhor rumo à nação brasileira.
Essa história de quotas para os negros ou pessoas classificadas como tal, em forma de lei, é o reconhecimento sumário do fracasso dos nossos governos com a educação – não universalizada nem dotada de boa qualidade para todas as raças, credos, classes econômicas, pobres e ricos, brancos e amarelos, sem distinção. Os remendos para apagar a mancha da grande omissão não valem a pena.
Concordamos com o que disse um presidente do Chile, social democrata cujo nome não vem à memória: – “Modernamente, o único meio de socialização possível é através da educação”. Não há outro.
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* Escritor, membro da Academia Piauiense de Letras, reside em Teresina. Endereço eletrônico: franciscomigueldemoura@superig.com.br
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