quinta-feira, 19 de março de 2009
A MULTIDÃO
Francisco Miguel de Moura*
A multidão vai passeando
passeios descabelados.
Inutilmente não sente
a carne sem ver quem vai,
a alma sem ver quem vem,
em malhas brancas, vermelhas
em manchas de ardor, prazer
Pro fundo suspira o mundo
de cada ser, num segundo.
E os "eus" (não Zeus)
passamos como nuvens
no céu da noite – poeira
e todo o bem que podemos
é abrir os olhos
e por o dedo na boca
por trás (ou por fora) dos espelhos.
_________________
*Francisco Miguel de Moura, poeta e prosador brasileiro, mora em Teresina, PI. Seus lançamentos para este ano: "O menino quase perdido", "A graça de cada dia" e uma antologia de poemas denominada "Testemunho", em comemoração dos 40 anos de "Universo das águas", obra poética originalíssima e seminal, elogida por Carlos Drummond de Andrade. E-mail: franciscomigueldemoura@superig.com.br
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário